INFOGRÁFICO

De olho nos gigantes brasileiros:

Números e perspectivas
dos grandes grupos
educacionais do país

O mercado da educação básica privada contempla 18% do total dos cerca de 48 milhões de alunos matriculados no Brasil. Com faturamento em mensalidades girando em torno de 60 bilhões de reais, segundo dados de 2014 da Fundação Getúlio Vargas, esse mercado é altamente fragmentado e  composto, em sua maioria, por “escolas de bairro” no formato de empresas familiares, que começam a receber alunos na educação infantil e vão, pouco a pouco, subindo os ciclos educacionais.

“A maioria dessas escolas têm poucos alunos e baseiam sua pedagogia muito nos sistemas de ensino produzidos por grandes editoras e grandes grupos educacionais”, diz Gunther Mittemayer, engenheiro de Computação pela Poli-USP com Mestrado em Tecnologia da Informação pela Hochschule Mannheim, na Alemanha. Mittemayer atuou por 10 anos na Consultoria de Tecnologia Accenture e, desde 2014, passou a atuar exclusivamente com educação. Ele é um dos fundadores da Escola Mais.

Segundo ele, apesar de os grandes grupos educacionais chamarem muita atenção por seus movimentos, eles ainda representam uma fatia pequena do mercado. “Se somarmos todos os alunos das 10 maiores redes de escolas do Brasil, isso representa menos de 5% do mercado de educação privada do Brasil. Contando aí grupos ligados a entidades religiosas e grupos sem fins lucrativos. Ainda há muito espaço no mercado”, afirma.

Gunther explica que, durante um tempo, houve uma migração significativa de alunos da rede pública para a rede privada, mas que o mercado vem notando uma estagnação recentemente, com muitas famílias regressando ao sistema público, em função da redução da capacidade financeira.

“A Educação Básica não é opcional e o Brasil venceu a maior parte do desafio de levar os estudantes para a escola. O desafio que temos que enfrentar agora é outro: o desafio da qualidade. Isso vale tanto para as públicas quanto para as escolas privadas. No caso das privadas, principalmente as escolas mais acessíveis têm resultados bastante irregulares, muitas vezes piores do que a escola pública ao lado”.

Com relação ao sucesso, ele diz que, como em qualquer negócio, acaba se destacando quem consegue oferecer a melhor qualidade pelo melhor preço. “Então é claro que gestão e operação escolar fazem toda a diferença. Para uma escola, melhor serviço é a melhor qualidade da Educação e um relacionamento próximo com as famílias.”

E, quando o assunto é qualidade de educação, um dos grandes diferenciais nos dias de hoje, para o especialista, é a diversidade de conteúdo ensinado aos alunos, tornando-os preparados para os desafios do século XXI.

“A questão é que o mundo está mudando cada vez mais rápido. Os alunos de hoje têm que aprender muito mais coisas do que há 20 anos. Hoje, além de português, matemática, etc., os alunos têm que saber falar inglês, serem usuários ativos e avançados de tecnologia, têm que saber trabalhar em equipe, aprender a aprender, ser resilientes, ter foco e autonomia. Nenhum de nós aprendeu isso na escola, mas é isso que os alunos precisam para estarem preparados para o futuro. As escolas que não estiverem se movimentando nesse sentido correm o risco de se tornarem cada vez menos relevantes num futuro próximo,” explica Gunther.

Sobre a crise provocada pela pandemia nos últimos meses, ele prevê que muitas escolas vão ter que fechar suas portas proximamente, mas que aquelas que estiverem mais estruturadas tendem a sair mais fortes da crise. 

“Um exemplo claro é o uso de tecnologia. Há tempos que se discute e se experimenta timidamente o uso da tecnologia nas escolas. Quando a pandemia chegou, os mais preparados se organizaram rapidamente e tiveram muito menos impacto negativo. Acredito que, muito do que fomos forçados a aprender neste ano, será mantido no pós-pandemia e as famílias, cada vez mais, vão entender que o mundo de hoje precisa de uma nova escola, para preparar seus filhos para um futuro que não sabemos como será”, avalia.

Conheça melhor alguns dos principais grupos de educação privada atuantes no ensino básico brasileiro hoje

É provável que você conheça, em sua cidade ou região, as principais escolas ou grupos educacionais que atuam na área de educação.

Muitas das “grifes” educacionais que conhecemos, no entanto, pertencem a grandes conglomerados e para que você tenha uma noção mais clara de como estão organizados os principais players do mercado privado de educação básica, organizamos nesta página um resumos com dados das principais empresas e redes de ensino atuantes em nosso país.

Reportagens

Análise de Dados

Entrevistas